Você não sente
Que o que arranha
A lousa fria e dela arranca faísca
Não é nenhuma artimanha?
Você não sente
Que à noite sonâmbulos executam
Uma peregrinação errante?
Que na ausência da mente,
Só seus corpos exatos acertam
o caminho que aspiram, enfim?
Você não pressente
Que numa noite qualquer,
Esquecida do mundo e de mim
Por esse mesmo caminho
serei friamente conduzida,
Até chegar a um país
Que me aliene mais ainda,
Já que lá esta ossada não mente?