Olhos

Nada substituirá teus internos olhos!

Não sabemos viver na certa estação.

Corpo no inverno, espírito no verão.

Impossível, ou incerto voltar num tempo

que não é eterno e o passo perfazer até um gélido leito.

Sem vãos remorsos de dar-se quase sempre na hora errada.

Os seus olhos não me olhavam,

E os meus viam quase nada.

Só sobras doam-se daquilo a que nós temos direito.

Nessa doce vida restam só os escolhos!

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Poesia II

o espírito da poesia me acordou?
ou escrevo para poder dormir?
ou será que estou com fome?
leite morno, biscoito Nestlè Classic Duo!
calmantes conseguem explicar
e entender o que sentimos?

só dá para identificar com
certeza aquilo que dói
porque o pretérito imperfeito
é o meu tempo.

22 de novembro de 2012.
Jaraguá, exata 1980, de Evandro Carlos Martins