Fábula

 

 

 

 

 

As sobras, que o fazendeiro

Atirava à vara esfomeada,

Eram tão comedidas,

Que um dia os leitõezinhos fugiram.

Embrenharam-se na mata atrás

Dos aromas de fartas especiarias:

Trufas, cogumelos e ervas finas.

Porém, tudo estava desolado.

Nada restara sobre

a terra devastada.

Só havia o frio

e o uivo carniceiro

de matilhas famintas…

Quando tentaram voltar

ao seu antigo dono,

Já era tarde, viraram

alimento de lobo.

 

17-07-2012

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Livro da Semana

Recomendo essa matéria sobre os contos de fadas, em suas versões originais, nas quais se basearam os irmãos Grimm, postada no blog Cultura no Prato. Sugiro também a matéria da Revista Bravo de José Geraldo Couto, Infância Apimentada sobre o livro: Contos Maravilhosos Infantis e Domésticos, de Jacob e Wilhelm Grimm. Tradução de Christine Röhrig. Ilustrações de J. Borges. Editora Cosac Naify.

Cultura no Prato

Contos sem cortes

 

Fiquei pasmo e absorto quando soube o verdadeiro desfecho do conto infantil do ‘sapo que vira príncipe’. Onde já se viu tamanha audácia em uma narrativa destinada às crianças, pensei com meus botões.  Esses irmãos Jacob (1785-1863) e Wilhelm Grimm (1786-1859), nascidos na Alemanha, bem que tentaram radicalizar, mas tiveram suas histórias amenizadas por outros escritores. Por conta disso, hoje conhecemos Branca de Neve, A Bela Adormecida, João e Maria, Rapunzel em edições ‘light’, que ganharam até animações na Disney.

No entanto, eis que as páginas do recém-lançado Contos Maravilhosos Infantis e Domésticos, com tradução de Christine Röhrig e introdução do professor de Teoria Literária na Universidade de São Paulo, Marcus Mazzari, chegaram para botar os pingos nos ‘is’. Não, não era como a gente imaginava, a Rapunzel tentou esconder sua gravidez de gêmeos enquanto o tal sapo não foi beijado para…

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