Tirei minha Tristeza pra dançar.
Dançamos uma valsa de silêncios dolorosos,
Rodopiei por salas habitadas
Por todas as partidas prematuras
Em que ela me guiava, me girando pelos ares.
Com um nó preso bem no fundo da garganta,
Entreguei, sem luta e por cansaço,
Minhas fibras à cadência de seus passos.
Olhando bem no fundo de meus olhos, ela me dizia:
_ Eu sou sua! Você é minha!
Sobre lustres refletidos em espelhos multicores,
A Tristeza, me estreitando em seus braços,
Embalou-me numa nuvem luminosa
Onde vive a poesia.
José de Godoy
2018
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Uau, que forma linda de lidar com as palavras!
Para mim, enquanto lia em voz alta, soou inspirador!
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Muito obrigada! Foi o ritmo e a melodia de uma música (Scarecrow do Jay-Jay Johanson) que me inspirou!
Sempre que eu a ouvia sentia uma grande tristeza, a beleza de tudo, até da tristeza que certamente faz parte da vida também.
Grande abraço!
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