
Na cidade que rescende à resina de araucária,
Delicados beija-flores duelam ferozmente
pelo néctar com os floretes de seus bicos.
Na cidade que exala a flor de cerejeira,
Os habitantes da construção holandesa,
adornada pelo jardim japonês, são nipônicos.
Na cidade que cheira a chocolate,
Coelhos assustados cruzam estradas;
Nuvens de algodão envolvem
casas, árvores, cabeças.
Marias-fumaça encorpam nuvens baixas
E evocam tempos antigos.
Na cidade que ostenta aroma de forno a lenha,
Barracos, pousadas, castelos e Palácios
nos lembram de coisas que nunca
existiram em seu tempo certo ali.
Telhados inclinados esperam
para sempre a neve que nunca virá.
Numa estrada da cidade que exala a cerveja
feita a mão Baden Baden,
cai um homem
E os montesinos não o acodem.
Na cidade de pesadelo e sonho,
Nessa dança de aromas doces e acres,
Os enamorados se escondem.