Parte II
Um dia, como de costume, a nona foi rezar o terço na cidade com toda família. Menos os dois filhos, Pedro e Nicola, porque, com o término da colheita e venda de toda produção, tinham que tomar conta do dinheiro bem escondido num baú trancado a chave, no quarto do nono Ciccillo.
Depois de terminada a reza, toda família voltou cantando para casa, feliz por todas as obrigações cumpridas no fim da temporada. Quando chegaram, porém, deram com a porta aberta. Na mesa da cozinha, café derramado pelo chão. As ferramentas usadas para roçar, que eram guardadas atrás da porta, caídas. No quarto do nono, uma cena horripilante: Nicola caído ensanguentado, tinha o pescoço cortado.
Fora degolado! Naquele instante, tomados de loucura, meus tataravós sucumbiram à tamanha dor: a nona arrancou os próprios cabelos aos chumaços com tamanha força que a pele se desprendeu da cabeça. Meu nono teve um derrame e caiu desfalecido.