Cruz e Sousa
Ó minh’alma, ó minh’alma, ó meu Abrigo,
meu sol e minha sombra peregrina,
luz imortal que os mudos ilumina
do velho Sonho, meu fiel Amigo;
Estrada ideal de São Tiago, antigo
templo da minha Fé, casta e divina,
de onde é que vem toda esta mágoa fina
que é, no entanto, consolo e que eu bendigo?
De onde é que vem tanta esperança vaga,
de onde vem tanto anseio que me alaga,
tanta diluída e sempiterna mágoa?
Ah! de onde vem toda essa estranha essência
de tanta misteriosa Transcendência,
que estes olhos me deixam rasos de água?!
Um soneto na sua mais pura forma! Bravo, bravíssimo!
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Ele foi considerado junto com Mallarmé um dos maiores poetas do simbolismo.
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É importante ressaltar o trabalho desse catarinense. Conheço muito pouco de Cruz e Souza. Entendo que nossas escolas catarinas dos anos 70 e 80 raramente rvalorizavam nossas pérolas literárias e culturais. Pelo menos onde frequentei o ensino básico e médio nos municípios de Itajaí e Florianópolis. Em geral, priorizavam a leitura das obras dos escritores de outros estados brasileiros como: Machado de Assis, Graciliano Ramos, Jorge Amado, C. Drummond de Andrade, Guimarães Rosa, Monteiro Lobato e por aí a fora. Enquanto as pratas da casa mofavam nas bibliotecas.Eram pouco ou quase nada difundidos naqueles tempos escolares. A exemplo dele, temos outros grandes escritores e poetas que merecem posições privilegiadas nos currículos escolares catarinenses, mostrando a toda nossa gente que não somos um Estado vazio literalmente de cultura como troçam gaúchos e paranaenses. Leonardo Boff, Franklin Cascaes, Alcides Abreu, Afonso d’Escragnolle Taunay, Urda Alice Klueger e muitos outros devem ser lembrados, lidos e devidamente apresentados aos que levarão a memória cultural do nosso estado para o futuro.
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