Tirei minha Tristeza pra dançar.
Dançamos uma valsa de silêncios dolorosos,
Rodopiei por salas habitadas
Por todas as partidas prematuras
Em que ela me guiava, me girando pelos ares.
Com um nó preso bem no fundo da garganta,
Entreguei, sem luta e por cansaço,
Minhas fibras à cadência de seus passos.
Olhando bem no fundo de meus olhos, ela me dizia:
_ Eu sou sua! Você é minha!
Sobre lustres refletidos em espelhos multicores,
A Tristeza, me estreitando em seus braços,
Embalou-me numa nuvem luminosa
Onde vive a poesia.
José de Godoy
2018