Na Palestina: O velho, a árvore, o ônibus

Poética de Botequim

À Abd Al-Hasib Atta Zaloum

Sobre o solo, jaz a carcaça do que um dia fora um ônibus.

Hoje, tornou-se abrigo do velho sem lar.

As estrelas no céu velam por eles à noite.

O frio passa pela vidraça estilhaçada,

Vem sorrateiro lhes acompanhar.

Assim que ficou pronta,

sua antiga morada foi demolida;

sua terra, por colonos, roubada.

Converteram-na em área de segurança.

Segurança para quem,

se o velho agora vive ao relento?

Não é o velho, de humanos, rebento?

Não necessita de segurança também?

É menos humano que as crianças da escola ali próxima?

Já que delas só recebe desdém?

Sob o sol escaldante, a sombra vem de uma árvore solitária.

A árvore de dia e o ônibus à noite são o seu reino,

Que nem o rei da Jordânia igual tem.

Como a vida que poderia ter tido foi interrompida,

Nesse solo só quer seus olhos cansados plantar

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