Danilo Sérgio Borges
II
quem contra tua beleza faria desafio
ou mais uma criatura seria vaidosa
de ser um diamante inquebrável
um som de mar ao cair da tarde?
quem contra teu silêncio agrediria
uma só asa de vento que se escreva
ou uma inflexão de gesto incalculada
quem contra mim e tua figura se oporia?
quem além da tua alma debelada
seria tão contra ti como um punhal
que em qualquer regaço inofensivo
em teu lasso desespero é cruel espada?
quem, porém, a ti seria tão cegamente
heroi que lhe sussurrasse ítacas enfim
e os ciclopes do teu caminho detivesse
com o próprio corpo? quem além de mim?