Incubus

 

Incubus
Mulher dormindo
Incubus

No vale, uma sombra esgueira-se pelo silencioso jardim,
Passa diante da solitária janela  do campo.

Do indefeso corpo cansado de colher
O sono logo se apossa.

A inocência do repouso perturbada.
Vitalidade dragada à exaustão.
Espírito de satisfação sedento e preso sob o peso
De encantos enganosos
De deleites incertos
De horripilante prazer,
Num diabólico festim.

Sonho de menina

Lembra-se daquela menina
tão pequenina
Que queria ser bailarina?

Caiu sentada na escada
Não fica mais na ponta do pé
nem sai de casa
Com dores nas costas.

Por que todos os sonhos
de menina têm de morrer um dia?

O milagre é haver quem ainda sonhe em ser bailarina!
Os sonhos de menina são sagrados;
Erijam-se templos em sua homenagem!