SONETO XI

Danilo Sérgio Borges

No sol a pino é que finjo a madrugada

como disse o poeta e o cancioneiro

na ilusão do limite pressinto a estrada

e sou todo liberdade, sou prisioneiro.

 

Essa condição de ser contrário é destarte

e tem um não sei quê de verdade; inteiro

vou me reconhecendo em qualquer parte,

em que não possa mirar-me pelo espelho.

 

E de tanto ser o oposto desta outra face

que ora se-me-veste tanto e tão me serve

assumo este outro rosto que me restou.

 

E quem sabe num instante, o desenlace

deste mistério secreto em mim reserve,

à carne viva do inconsciente, O QUE SOU!

 

São Paulo, 2013.

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