Em memória de Paulo de Godoy Na hora da Lua Vazia, você nos abandonou! A lua cheia era uma cabeça pendurada no ar Perfeitamente alinhada a dois pingentes de diamantes. Você escolheu um lindo dia Você escolheu um lindo lusco-fusco Uma linda noite de indescritível silêncio capsular Você escolheu absoluto o silêncio Sem despedidas Sem avisos Sem escândalos, como deve ser... Você escolheu o silêncio primordial Que nos precedeu Você escolheu o silêncio terminal Que nos espera Mas, naquele momento de tormenta, nós também pedimos silêncio À Nossa Grande Mãe O silêncio nos protegeu O silêncio nos encobriu Em nossas mentiras brancas... Ainda agora pedimos silêncio às nossas entranhas que gritam: Por que meu Deus? Procuramos os culpados Procuramos as respostas em todas as ciências dos deuses Procuramos as respostas em todas as ciências dos homens Mas só o silêncio nos abraça Pedimos silêncio para nosso inquieto coração Afogado em tanta ternura sem eco... Por favor, silêncio! Não convém esquadrinhar o mistério O abismo também nos espreita nas esquinas O abismo também nos olha pelos corredores escuros e pelas janelas abertas. Do fundo dos precipícios à sombra das altas pontes Das entranhas do mar profundo cortado por nossas naves barulhentas, A música silenciosa do início dos tempos Chama irresistivelmente nosso nome, Quando nos demoramos no entremeio dos mundos. Godoy
Uau!
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Obrigada
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