Por mais paternidade e menos estereótipos — Direto do Nosso Jardim

Que a reflexão e as homenagens sejam por causa da paternidade – tão necessária para o desenvolvimento das nossas crianças –, sem machismos, idealizações ou “faz de conta” Em tempos de múltiplas famílias, é difícil estabelecer um dia para a mãe e outro para o pai. Como se no restante dos dias não fossemos mães […]

via Por mais paternidade e menos estereótipos — Direto do Nosso Jardim

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PATERNIDADE PERDIDA – Por que muitos pais são ausentes?

Ser pai é a mais completa expressão de masculinidade da vida. Mas para muitos homens, a vida consiste em uma busca pelo pai perdido. Sabemos que criar filhos é uma, senão a maior, experiência da vida, a maior fonte de autoconsciência, orgulho, alegria, talvez seja o maior grau de intimidade que se pode ter […]

via PATERNIDADE PERDIDA – Por que muitos pais são ausentes? — Psicólogo André Lopes Aricó – CRP 08/14628

O operário que sonhava ser poeta – parte I

In memoriam de Manir de Godoy


Era uma vez um menino meio nômade,
Que vivia entre o interior e a cidade grande.
O pai morrera de gangrena.
A mãe costureira sustentava
Com esforço seis filhos:
Eupídio , Cássio, Dirce,
Tó, Manir e Iracema!

Vendedor de doces no cinema, engraxate,
Chegou a operário de fábrica de chocolate.
Nada fantástica era a vida desse guri,
Que vivia em um cortiço no Pari.

Mas tudo mudou no dia em que encontrou
As letrinhas de metal jogadas na calçada
Que formaram o primeiro poema
do menino sentado no meio fio.
As letrinhas graciosas eram
seu único brinquedo nas horas vagas.

Um dia o dono das letras o viu e chamou pra trabalhar.
Ali, sua formação interrompida continuaria.
O menino-operário da tipografia,
Montava admirado textos de poetas e aspirantes;
Panfletos dos primeiros socialistas do país
Que viviam gravitando a sua volta.
Com muito esforço, lia de Lobato e Verne
ao Príncipe Valente e Flash Gordon,
Assim foi se alfabetizando.

No cortiço sua mãe se arriscava,
Não levava desaforo pra casa!
Engajado na causa operária,
Começou a ler obras mais sisudas
Do que as que lera numa escola em Bragança.

Considerava sincero apenas o “cavaleiro da esperança”...
Por isso, aos 16, fugiu de casa e fundou
o PC em São João da Boa Vista.
Lá via filmes do Mazzaropi,
Dormia em carros alheios,
Tocava violino na praça...




Obs.: Por coincidência ou não eu também saí de casa aos 16 anos. Um dia talvez eu consiga continuar, mas me falta inspiração no momento.

Homenagem ao meu amado pai, Manir. Quanta saudade que não cabe em mim! Procurei seguir seu último pedido feito a mim: o de escrever um poema para ele. Embora eu tenha sido, até aquele dia derradeiro, apenas uma leitora, me esforcei na tarefa, cujo resultado está muito aquém do valor desse grande homem.

 

Jaraguá1968

Meu pai me contava que, quando eu era bebê, eu ria até perder o fôlego e ficavam todos com medo de eu sufocar de tanto rir por causa de uma brincadeira do meu irmãozinho Ibsen, que imitava o som das explosões das pedreiras próximas, falando: “Peleila: bum!”