Não sou poeta, mas hoje a poesia nasceu em mim
Um dia
No futuro esfumaçado
Que não consigo vislumbrar
Cuja existência é certa, sabida
Ainda que estrangeira
Esse dia-hoje
De vestes banhadas em sol
Entranhas tingidas de caos
Não passará de um vestígio da memória
Um fio a se romper
Uma insignificância
Partícula de pó grudada na retina da lembrança
Um dia
O peso do hoje será leve
A fotografia desse céu azul
Se tingirá de sépia
Sem a tristeza das memórias feridas
A vida revisitada
Desenhará um sorriso saudoso
Uma gargalhada
Outrora impossível
Quando o futuro era apenas um hoje.
Publicado originalmente no Medium.